Procuradora da República \'desmascara\' Secopa e diz que laudos são inconclusivos

RepórterMT/Secom

Após reunião com Secopa, a procuradora Bianca de Britto afirmou que não há nada que ateste a segurança do local.

MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO

Uma declaração da procuradora da República, Bianca Brito, na manhã desta quarta-feira (19), desmascarou as informações repassadas à imprensa pela Secretaria da Copa (Secopa), sobre a conclusão dos trabalhos para garantir que a segurança da Arena Pantanal não foi afetada pelo incêndio que ocorreu em outubro de 2013.

Após uma reunião com o secretário da Secopa Maurício Guimarães, diretores das construtoras responsáveis pela obra, membros do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-MT) e o promotor do Ministério Público Estadual (MPE), Alexandre Guedes, que levantou a bandeira de que algo não estaria certo, a procuradora fez a mesma afirmação alardeada pelo MPE, de que os laudos apresentados pela Secopa e pela construtora Concremat, não são conclusivos, ou seja, não oferecem segurança de que não há riscos.

De acordo com a procuradora, os trabalhos ainda estariam em execução e tudo que foi apresentado nesta reunião não passa das mesmas informações que o MPE já divulgou antes. Não há um relatório final da conclusão dos trabalhos.

“ Se a própria gerenciadora da obra aponta a necessidade de mais estudos e cálculos estruturais o laudo não é conclusivo. A gente conversou isso com eles e isso está sendo realizado. Os reparos parecem que também estão sendo feitos”, destacou.

Acompanhadas de engenheiros civis e elétricos do Crea-MT, a procuradora faria junto com o MPE uma vistoria no local atingido para verificar as correções.

“A vistoria é para ver se realmente esse trabalho está sendo feito e posteriormente quando a gente tenha acesso a esses laudos, que esperamos que sejam conclusivos, vamos encaminhar ao nosso pessoal técnico”, frisou.  

TV REPÓRTER

Procuradora da República fala sobre a situação da Arena Pantanal

SECOPA DIZ E “DESDIZ”

Nesta segunda-feira (17), o Ministério Público Estadual entregou à imprensa os laudos inconclusivos, citados pela procuradora, exigindo uma solução imediata da Secopa, sob o risco de interditarem a Arena para qualquer evento.

No mesmo dia, o secretário Maurício Guimarães, respaldado pelos dirigentes das empresas responsáveis pela obra declararam aos jornalistas que as acusações do MPE seriam infundadas, já que foram realizadas todas as análises e reparos necessários para garantir que a segurança da obra não foi afetada, pelo incêndio. Os dirigentes informaram que esse laudo já estaria pronto e só não foi repassado ao MPE, porque não foi solicitado.

Nesta quarta, ‘encurralado’ pela imprensa o secretário adjunto da Secopa, Alisson Sander, admitiu que alguns reparos continuam sendo executados.

“Hoje o que está sendo feito é a substituição dos biseis, que é uma estrutura metálica, que não tem nenhuma função estrutural, apenas arquitetônica e estética da parte metálica, o resto já foi realizado. Vocês viram in loco que foi feita toda a correção na parte elétrica, de ar condicionado, foram substituídas as lajes avelares, das paredes e das escadas. Na parte de concretagem não há mais nada a ser feito.”, relatou.

Quanto à alegação dos Ministérios Estadual e Federal de que os relatórios são inconclusivos, o secretário adjunto rebateu dizendo que o que eles pedem é apenas um laudo final do projetista da obra, reafirmando os laudos já feitos.

“O que eles ainda agregaram na solicitação é um parecer do projetista calculista da obra garantindo, atestando todo o trabalho que foi detectado. O relatório existe falta agregar apenas esse parecer e as fotos do período de correção e recuperação das partes afetadas”, defendeu.

RESULTADO

O presidente do Crea-MT, Juares Samaniego, afirma que além dessa vistoria ele já está analisando tanto o relatório do MPE, quanto o relatório da Concremat, a empresa contrata para a construção do estádio e que até o início da próxima semana deve ter um parecer sobre o assunto.

Já o secretário adjunto da Secopa, Alisson Sander, alega que o projetista calculista da obra tem toda a liberdade para trabalhar dentro ‘do seu tempo’ e que espera que o laudo final saia até o final do mês.