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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

30 de Julho de 2014, 07h:50 - A | A

CIDADES / ADAUTO BOTELHO

Servidores denunciam falta de luvas para higienizar paciente do Adauto Botelho; SES nega

Além da falta de materiais descartáveis, servidores denunciam que a unidade não possui o medicamento adequado para o tratamento dos pacientes

ALINE FRANCISCO
DA REDAÇÃO



“Imagina limpar uma pessoa que está suja com fezes sem ter, pelo menos, uma luva para se proteger? Essa é a realidade do Adauto Botelho”, denuncia o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente (Sisma/MT) e servidor do Ciaps Adauto Botelho, Mauro César Correia de Souza. 

Além da falta de materiais descartáveis, Mauro afirma que a unidade, que é responsável pelo atendimento de pessoas com transtornos mentais, não possui o medicamento adequado para o tratamento dos pacientes. “Quando não são medicados corretamente, os pacientes ficam descontrolados. É comum ter agressões contra os servidores, principalmente contra os que trabalham diretamente com os internados”.

Mauro afirma ainda que os servidores é que estão mantendo o básico na unidade. “Fazemos ‘cotinhas’ para comprar alguns materiais que faltam, já aconteceu de faltar remédio para dor de cabeça para os pacientes. Nesses casos fizemos troca de medicamentos com as policlínicas e outras unidades de saúde, pelo menos para garantir o atendimento básico”.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, atualmente 60 pessoas, 30 homens e 30 mulheres, estão internadas no Adauto Botelho. A unidade está há mais de 40 dias sem receber novos pacientes, pois além de trabalharem com a lotação máxima, o medicamento controlado estava ‘contava’ para o tratamento dessas pessoas. Mauro, no entanto, afirma que a decisão de não receber novos pacientes partiu dos servidores, que se negavam a atender por falta de materiais e estrutura física.

Segundo Mauro, o Hospital está prestes a ‘cair na cabeça’ dos servidores. “Não temos a infraestrutura mínima de trabalho. O teto está com várias infiltrações, além dos problemas básicos. Infelizmente essa não é a realidade apenas do Adauto Botelho, e sim de toda a saúde estadual”.

UNIDADES DE ATENDIMENTO

O Ciaps Adauto Botelho é composto por sete unidades, sendo: Central de Vagas, Centro de Atenção Psicossocial para Dependentes Químicos (Caps AD), Centro de Atenção Psicossocial Infantil (Capsi), Unidade I (Internação Masculina e Feminina para pessoas em surto psicótico), Unidade II (Pascoal Ramos), Unidade III (Internação masculina para dependentes químicos) e Lar Doce Lar. As unidades trabalham com diferentes modalidades de atendimento, que compartilham do mesmo objetivo, o de prestar atendimento aos cidadãos portadores de transtornos mentais graves e severos, e dependência de álcool e drogas.

OUTRO LADO

A Secretaria Estadual de Saúde (SES), por meio da assessoria de imprensa, afirmou ter conhecimento da situação vivida pelo Hospital Adauto Botelho, no entanto negou que exista a falta de luvas descartáveis e medicamentos. “A unidade tem necessidades, mas quanto as luvas, todas são fornecidas por uma empresa terceirizada de higienização, assim como a lavagem dos lençóis e cobertores do local”, explicou.

Quanto aos medicamentos, assessoria informou que no Hospital existem medicamentos suficientes para o atendimento dos pacientes que estão internados, mas não há capacidade de receber novas pessoas. Segundo a assessoria, pregões para a aquisição dos medicamentos já foi concluído, e os produtos estão sendo entregues conforme são entregues pelas distribuidoras.

Como medida para amenizar o caso vivido na unidade, a Secretaria vai lançar no próximo dia 04 o Centro de Crises, onde pacientes atendidos em policlínicas e Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e apresentam crise, serão encaminhados. Os pacientes permanecerão internados pelo período de três a cinco dias, e em seguida encaminhado para o atendimentos nos Centro de Atendimento Psicossocial (Caps).

MOBILIZAÇÃO

Os servidores do Adauto Botelho vão realizar nesta quarta-feira (30) uma manifestação na Praça Ulisses Guimarães (em frente ao Pantanal Shopping), às 8h. De lá os manifestantes seguem em passeata até Secretaria de Estado de Saúde e a Assembleia Legislativa no intuito de cobrar posição dos gestores da pasta e dos representantes do legislativo.

 

 

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